31 de agosto de 2012

Telescópio detecta buracos negros e galáxias que estavam «escondidos»



Um telescópio especial detectou milhões de buracos negros supermaciços e galáxias com temperaturas extremamente altas, que estavam «escondidos» atrás de uma nuvem de poeira interestelar.

O Wide-Field Infrared Survey Explorer (Wise), telescópio da agência espacial norte-americana Nasa, conseguiu captar comprimentos de ondas ligados ao calor dos astros, o que fez com que conseguissem observar e mapear pela primeira vez alguns dos objetos mais iluminados do Universo.

A expectativa dos cientistas é de que a descoberta os ajude a entender como as galáxias e buracos negros se formam.

Os astrónomos já sabiam que a maioria das galáxias possuem buracos negros no centro, que são «alimentados» com gases, poeira e estrelas em seu redor. Às vezes, os buracos negros soltam energia suficiente para impedir a formação de estrelas.

A forma como estrelas e buracos negros evoluem juntos, no entanto, continua a ser um mistério para os cientistas. A esperança é que os dados do telescópio Wise possibilitem novas descobertas neste ramo.

O Wise tem capacidade de detectar comprimentos de onda que ficam muito além do campo de visão dos telescópios actuais, o que lhe permite fazer diversas descobertas inéditas na ciência.
O telescópio ganhou a fama de «caçador de buracos negros».

«Nós encurralamos os buracos negros», diz Daniel Stern, do Laboratório de Propulsão a Jato (JPL), um dos autores dos três estudos que foram apresentados quarta-feira.

Stern e os seus colegas usaram outro telescópio (Nustar) para analisar os dados dos buracos negros captados pelo Wise e apresentaram os dados num artigo que será publicado na revista científica Astrophysical Journal.

Outros dois estudos pormenorizam galáxias com temperaturas extremamente altas e com brilho intenso, que até recentemente não conseguiam ser detectadas. O termo em inglês para essas galáxias é «hot dust-obscured galaxies», ou hot-Dogs («cachorro-quente», em inglês).

Mais de mil galáxias já descobertas são mais de 100 vezes mais brilhantes que o Sol da Via Láctea.
Os dados da missão Wise estão a ser disponibilizados ao público, para que todos os cientistas possam contribuir nas pesquisas espaciais.


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