14 de junho de 2012

Conheça o mais profundo laboratório científico do mundo

Conheça o mais profundo laboratório científico do mundo

Foi inaugurado o SNOLAB, em Sudbury, no Canadá. Este laboratório é o resultado de uma expansão para 5.000 m2 do Sudbury Neutrino Observatory (SNO) e está situado a 2 km de profundidade, no interior de uma mina de níquel. O SNOLAB vai albergar várias experiências diferentes, mantendo o foco no estudo de neutrinos, e expandindo as suas pesquisas a áreas como a procura da Matéria Escura. A distância a que está da superfície, permite aos sensíveis detetores registarem apenas os neutrinos (já que o seu baixo nível de interação permite que atravessem os 2 km com a mesma facilidade que atravessam uma pessoa), sem qualquer tipo de interferência de raios cósmicos.

Os neutrinos são partículas muito peculiares e recentemente têm dado muito que falar, com a possibilidade de viajarem a velocidades superiores à da luz e análises que indicam os problemas da experiência inicial. Para além de serem partículas neutras, o que quer dizer que não são afetadas por forças eletromagnéticas, quase não têm massa. Tudo isto permite-lhes atravessar objetos com um nível de interação praticamente nulo.

As experiências que decorreram no SNO foram responsáveis pela resolução do “problema dos neutrinos solares”: o número de neutrinos detetados vindos do Sol era muito menor que o valor previsto por modelos teóricos. O “problema” estava nos tipos de neutrinos detetados. As experiências apenas estavam a registar os neutrinos de eletrão que chegavam à Terra vindos do Sol. No SNO acabaram por detetar os três tipos de neutrinos (eletrão, muão e tau), com estes dois últimos a explicarem a discrepância entre os registos teóricos e as experiências que tinham sido conduzidas até à data.

A participação de Portugal nas experiências do SNOLAB é garantida pelo Laboratório de Instrumentação e Física Experimental de Partículas (LIP), que já teve presença na experiência de física de neutrinos SNO+. Segundo o comunicado oficial, “a participação em SNOLAB é mais um passo na internacionalização da ciência portuguesa, da qual o LIP foi pioneiro em 1986 com a adesão de Portugal ao CERN”.

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